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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sobre três singelas fotos poesias*

Ela via o mundo sem traduzi-lo do modo tradicional. Na rotina do barulho, tudo em si era silêncio. No reduto dos “sãos”, será que era muito errado contemplar o movimento com calmaria?

No choque entre a sanidade e a loucura (com suas causas e suas curas) o dia nasceu novo. Mãos, toques e pontas de pés: dançou nas linhas dos sentimentos, explorando seus tantos outros sentidos (e os sentidos de tantas outras coisas).

E em um misto entre a pureza de uma criança com a doçura e sensibilidade de uma mulher, descobriu o amor em sua forma mais completa: ele residia logo ali, na fronteira estreita que separava os sonhos da realidade.

Ensaiou os passos e se lançou no desconhecido, em um movimento puro, pleno e lindo, dentro de um universo paralelo onde independente de suas limitações, TUDO era música e poesia.

Sorrindo em um abraço, tudo era novo. Ela era nova.


Voou.




O teatro nos ensina a ver a vida de forma diferente. Ou reforça ainda mais as nossas visões mais recorrentes. Fotografá-lo é colocar na mesma linha câmera, cabeça e coração.

Ontem olhei para esse registro que fiz no último domingo e chorei. Chorei porque vi o que talvez ninguém mais veja. E hoje, dia 21/02/2014, dedico essa foto a mulher que com mãos de ferro e amor moldou meu caráter.

Porque, em cena, uma mãe se transforma em uma asa para seu filho. Seria ela um anjo? Seria ela alguém que esqueceu seus próprios sonhos para fazê-lo sonhar?

Mamãe, obrigada pelas suas asas. Obrigada por impulsionar meu vôo, obrigada por ser meu anjo. Eu amo você. Obrigada por ser minha mãe.





Ela sorriu. Durante os ensaios, mesmo no meio de risadas e brincadeiras. Ela sorriu e continuou olhando para frente mesmo quando alguém quis distrair e disfarçar o seu sorriso. No fatídico dia, quando todas as luzes se apagaram, quando a cortina abriu e os refletores miraram o palco, ela entrou em cena. Para amenizar tantas indagações e consolar milhares de pensamentos, ela olhou adiante. 

E sorriu.




*Porque algumas muitas vezes, das fotos surgem textos. Das imagens, poesias.

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