Hoje é o primeiro dia do último ano da faculdade.
Há quatro anos, esse dia era um sonho distante e desejado de todo o meu
coração.
Créditos: Patrícia Geroni |
Hoje esse dia se tornou uma realidade e,
sinceramente, não aguardei ansiosamente por ele, como nos últimos três anos.
Não aguardei porque o jornalismo deixou de ser uma faculdade cursada no período
noturno para ser algo que eu VIVO e respiro todos os dias, em todos os lugares.
A universidade ficou em segundo plano, quando comparada à verdadeira e grande escola
que é a rua.
A rua... com a sua realidade,suas notícias, suas sujeiras e suas infinitas histórias. A rua, matéria prima e endereço obrigatório para todos aqueles que acreditam no jornalismo real, muito além do telefone e do e-mail.
Hoje é o primeiro dia rumo ao último ano da minha maior conquista. Dentro de alguns meses receberei meu diploma, embora ele nem tenha mais tanto valor. Me pergunto se algum dia ele teve, de fato. Pouco importa, sinceramente. Sei que me preparo para deixar os bancos escolares como uma pessoa muito melhor do que quando ingressei: textos melhores e mais bem elaborados, novas formas de narrativas e um mundo de conhecimentos adquiridos.
A rua... com a sua realidade,suas notícias, suas sujeiras e suas infinitas histórias. A rua, matéria prima e endereço obrigatório para todos aqueles que acreditam no jornalismo real, muito além do telefone e do e-mail.
Hoje é o primeiro dia rumo ao último ano da minha maior conquista. Dentro de alguns meses receberei meu diploma, embora ele nem tenha mais tanto valor. Me pergunto se algum dia ele teve, de fato. Pouco importa, sinceramente. Sei que me preparo para deixar os bancos escolares como uma pessoa muito melhor do que quando ingressei: textos melhores e mais bem elaborados, novas formas de narrativas e um mundo de conhecimentos adquiridos.
Desenvolvi inúmeras outras habilidades. Em um
mundo onde jornalismo é - ou deveria ser - fotografia literária, as lentes das
máquinas fotográficas (ou dos smartphones) passaram a ser fundamentais para que
eu conseguisse mostrar aos outros, com fidelidade e clareza, o meu modo de ver.
Me preparo de deixar os primeiros bancos universitários de
maneira muito semelhante a de quando saí do ensino médio, em 2008: realizada por
uma etapa concluída e com uma certeza MUITO clara na mente sobre o próximo
passo: agora que eu já sei CONTAR, preciso me empenhar em ENTENDER a HISTÓRIA.
Saio uma Rafaella com mais critérios. Com um
senso crítico muito mais aguçado. Com muito mais posicionamento e engajamento –
enfim saí da maldita corda bamba que costuma nos levar para onde o vento sopra.
Saio com uma vontade do tamanho do mundo de
defender a cultura em um cenário onde ela respira tão precariamente, mas não se
entrega JAMAIS. Com um sonho de contribuir, através das minhas palavras e
fotografias para que a arte tenha mais espaço; para que o teatro volte a expor
de forma clara – e com a participação de TODA a população – as contradições do
nosso tempo e nos fazer refletir.
Saio querendo ouvir essa gente que ninguém vê. Essa
gente que constrói o mundo e que poucos percebem que existem. São as Marias, os
Antônios, os Franciscos e as Anas. É o senhor que pesca no píer de Santos todos os dias
as 6:45 da manhã ou aquela simpática senhora da praça, com suas ataduras nas
pernas e seus olhos cheios de vida – que mudaram a minha vida.
Me preparo para sair da faculdade com a absoluta certeza de que se nada der
certo, ainda assim eu vou querer colocar a mochila nas costas e o bloquinho na
mão, seguindo uma viagem sem roteiros e nem destino por esse mundo cheio de
histórias para serem ouvidas, escritas e vividas.
Último ano da faculdade: te enxergarei como o
pontapé inicial de um futuro cheio de medos, sonhos e desafios. Não tenho certeza
de absolutamente nada, mas não tenho medo nenhum de abrir mão de TUDO por um
sonho que talvez só eu veja.
Parabéns Rafa lindo texto, sorte e sucesso pra você ..bjoss
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