RapunzeLee é uma releitura
urbana do clássico infantil publicado em 1812 pelos irmãos Grimm, na Alemanha.
Na visão do autor e diretor Kadu Veríssimo, a princesa perde seus
traços de “encantada” e adquire características e trejeitos de uma jovem
tradicional do século XXI.
Sua história tem início com a vontade da bruxa Nena (Luiz Fernando Almeida), mãe adotiva da princesa, de contar sua versão sobre os fatos. Ao contrario do clássico
infantil, Nena ama e mima a menina, além de se derreter completamente quando
escuta a palavra “mamãe”.
E é por conhecer o ponto
fraco de Nena que RapunzeLee (Junior Brassalotti) usa e abusa da chantagem emocional para conseguir
o que quer: seja um cabelo novo e mais bonito, até mesmo a oportunidade de viver
um amor.
O musical é embalado pelas
canções de Rita Lee, fazendo assim uma homenagem tanto à primeira-dama quanto
ao próprio rock nacional. A história é conduzida através de canções como
“Ovelha Negra”, “Coisas da Vida” e “Chega mais”. Tirada de sua família ainda
bebe, a princesa cresce rebelde em companhia da bruxa. Certo dia, cansada de
sua vida solitária na torre, RapunzeLee se encanta por um rapaz que circula de
bicicleta pela redondeza (Rafael Souza).
Além do elenco principal, o personagem que rouba algumas vezes a cena é Steves, interpretado
por Elias Tomais - a voz por trás da narração e pelo arranjo
musical da peça. Steves desempenha o papel de conselheiro para os atores em
cena - uma espécie de “voz da consciência”. Ainda na trilha sonora está o
músico Marquinho Silvino e o próprio diretor Kadu Veríssimo, que arrisca como backing
vocal.
O público interage
constantemente com a apresentação, desempenhando papéis que vão desde
plantações de rabanetes até o de parteira improvisada. A magia de Rapunzelee
está em interagir e entreter crianças e adultos, lidando com temas atuais e promovendo reações diferentes em ambas faixas etárias. Desenvolvida para ser ambientada em espaços alternativos nos moldes
do teatro de rua, RapunzeLee acerta por mesclar musica, coreografias e
verdadeiras acrobacias em um andaime, para contar a tradicional história da princesa encarcerada na torre.
Porém, o ponto de vista da bruxa e
a personalidade forte de RapunzeLee fazem com que uma nova história seja contada:
misturando os elementos tradicionais e modificando as posturas dos personagens
já conhecidos pelo grande público. Como todo conto de fadas que se preze, no
final, o amor vence! Mas aqui, o “felizes para sempre” é substituído por um “se
não der certo, a gente separa”.
Simples assim.
Simples assim.
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